Medulla — Confetes E Serpentinas
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A ladeira se faz como frigideira
Vertigem
O canto da lavadeira resiste
Ao fogo que queima
Maria teima
Ao mesmo tempo que incinera, regenera a seiva
Na marmita arroz, feijão e ovo
Pra aliviar, alimenta sonhos
Um bilhete de loteria
O santo é manco mas acompanha a correria
Na evolução do dia a dia
Sinal fechou
Fechou os olhos pra bateria
(Bum)
Confetes e serpentinas
Lá laiá laiá
Ser pedra é fácil quero ver ser a vidraça
Só quem sente na pele sabe os buracos da estrada
O profeta segue cego sem as pernas
E pede, e pega e prega
Deus lhe abençoe
No cotidiano
De baixo dos panos
Na porta do banco
Deus lhe abençoe
Atravessar
O compasso descalço
Sem olhar pro lado
Porque tem gente vindo
Atrás versar
Que o tempo me traga a fumaça
E dê graça a desgraça pra me sustentar
Lá laiá laiá
Ser pedra é fácil quero ver ser a vidraça
Só quem sente na pele sabe os buracos da estrada
A britadeira, o asfalto
O refresco, o salgado
O chocalho de moedas
Jantar à luz de vela, tem galinha na tigela
Bater o ponto
O monstro de um olho só
Um olho só um olho
Bater o ponto
O monstro de um olho só
Um olho
Lá laiá laiá
Ser pedra é fácil quero ver ser a vidraça
Só quem sente na pele sabe os buracos da estrada